52ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia

Agenda 2030 e o papel da Psicologia nos 17 ODS

Mas, o que são os ODS?

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 e compõem uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030.

A agenda contempla um plano de ação internacional para o alcance dos 17 ODS, desdobrados em 169 metas, que abordam diversos temas fundamentais para o desenvolvimento humano, em cinco perspectivas: pessoas, planeta, prosperidade, parceria e paz. 

Os 193 Estados membros da ONU, incluindo o Brasil, comprometeram-se a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A SBP comprometeu-se com esta agenda nacionalmente (assinatura da "Carta da Cidade de Natal, na 72ª Reunião Anual da SBPC em Natal, novembro de 2020) e internacionalmente (no The International Summit on Psychology and Global Health: A Leader in Climate Action, em Lisboa, novembro de 2019).

Empenhada neste compromisso, a SBP implementou, em 2021, um levantamento dos trabalhos apresentados nas Reuniões Anuais que contemplem os ODS.

 

 

Saiba mais sobre cada um dos 17 ODS e sua relação com a Psicologia.


ODS1ODS 1 – Erradicação da pobreza: acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares

No primeiro tópico abordamos a Erradicação da Pobreza. Você sabia que as empresas têm um papel fundamental nessa etapa?
A empresa que garante boas condições de trabalho a todos os empregados, incluindo os da cadeia de suprimentos, promove o objetivo de erradicar a pobreza.
Quando uma empresa desenvolve produtos ou serviços para beneficiar e melhorar a qualidade de vida de grupos economicamente vulneráveis, esta trabalha para cumprir o objetivo de erradicação da pobreza.
De uma forma ampla, neste primeiro tópico, o objetivo principal é nosso compromisso enquanto sociedade é de acabar com a pobreza em todas as suas formas e onde quer que seja!

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ODS2ODS 2 – Fome zero e agricultura sustentável: acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.

Quando o direito ao acesso adequado aos alimentos não é garantido, essa população pode sofrer com a Insegurança Alimentar, um problema de saúde em todo o mundo.
Na realidade brasileira, a insegurança alimentar é mais frequente entre famílias não beneficiárias de programa social, sem acesso a água tratada e esgoto no domicílio e o acesso a programas de distribuição de renda como o Bolsa Família podem reduzir a Insegurança Alimentar.
Dentre as alterações comportamentais geradas por desnutrição ou supernutrição estão a ansiedade, a aprendizagem e a memória.
O estado nutricional, desde a concepção, é um dos fatores que influenciam a capacidade de aprender, de lembrar e de interagir com o ambiente e por isso também interfere na capacidade de trabalho e criação do indivíduo.

Fontes: Almeida, Costa & Laus (2022). Psicobiologia do Comportamento Alimentar. Rio de Janeiro:Rubio.
Figueroa-Pedraza, Alves-Bezerra, Dantas Rocha Cerqueira, & Santos-Da Fonsêca. (2017). https://doi.org/10.15446/rsap.v19n5.39467
Palmeira, Bem-Lignani, Maresi, Mattos, Interlenghi, & Salles-Costa (2019). https://doi.org/10.1007/s11205-019-02085-0

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ODS3ODS 3 – Saúde e bem-estar: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

A psicologia como ciência e profissão é responsável por avanços em saúde global, como o desenvolvimento de programas de psicoeducação em bem-estar e saúde mental, formação de psicólogos e outros especialistas, oferecimento de cuidados de saúde e combate ao estigma e discriminação.
A formação do psicólogo para atuar na área da saúde contempla conhecimentos sobre bases biológicas, sociais e psicológicas da saúde e da doença; avaliação, assessoramento e intervenção em saúde, políticas e organização de saúde e colaboração interdisciplinar; temas profissionais, éticos e legais e conhecimentos de metodologia e pesquisa em saúde.
A saúde mental deve ser tratada como prioridade, pois está presente em todas as questões de saúde. Opressão de gênero, exclusão e injustiças sociais, falta de suporte social estão associados a transtornos mentais comuns. O estigma em relação às doenças mentais, a hetero afirmação e crenças e práticas do senso comum são barreiras ao acesso à saúde que o podem ser minimizadas com produção de conhecimento, formação e implementação de estratégias mais adequadas.
A SBP, juntamente com suas instituições parceiras estimulam a formação, a pesquisa, e a disseminação de conhecimento sobre saúde comprometidas com a proteção dos direitos humanos e com qualificação e avaliação do sistema público de saúde.

Fontes: Castro, E. K. D., & Bornholdt, E. (2004). Psicologia da saúde x psicologia hospitalar: definições e possibilidades de inserção profissional. Psicologia: ciência e profissão, 24, 48-57.
Souza, L. G. S., Menandro, M. C. S., Couto, L. L. M., Schimith, P. B., & Lima, R. P. D. (2012). Saúde mental na estratégia saúde da família: revisão da literatura brasileira. Saúde e Sociedade, 21(4), 1022-1034. 

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ODS4ODS 4 – Educação de qualidade: assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e secundário gratuito, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes e eficazes.
O direito a educação é garantido por meio da Constituição Federal de 1988, da Lei Nº 8069/90- Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB 9.394/96, que prioriza o acesso e a permanência do aluno na escola, objetivando a formação do usuário para o exercício da cidadania, preparação para o trabalho, e sua participação social.
A escola é junto com a família a instituição que tem maiores reprecussões para a criança. Além dos conhecimentos, o ambiente escolar promove a socialização e individuação da criança, o desenvolvimento das relações afetivas, as habilidades para participar em situações sociais, a competência comunicativa, o desenvolvimento da identidade sexual e das condutas pró-sociais.
A escola pode contribuir de para a promoção da saúde e da saúde mental, como um ambiente saudável e protetor, seja preocupando-se em desenvolver nas crianças recursos que as ajudem a lidar com os desafios cotidianos e que permitam a elas se perceberem como protagonistas dos processos de saúde.
A Psicologia Escolar e Educacional é um importante campo de atuação da Psicologia. Psicólogos escolares e educacionais são profissionais que atuam em instituições escolares e educativas, bem como dedicam-se ao ensino e à pesquisa na interface Psicologia e Educação.

Fontes: Borsa, J. C. (2007). O papel da escola no processo de socialização infantil. Rio Grande do Sul.
Faria, N. C., & Rodrigues, M. C. (2020). Promoção e prevenção em saúde mental na infância: implicações educacionais. Psicologia da Educação, (51), 85-96.

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ODS5ODS 5 – Igualdade de gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

Dados mostram que a presença feminina cresce em todos os aspectos da vida brasileira. As conquistas femininas aconteceram de forma gradual e progressiva e posicionaram as mulheres para romper com o teto de vidro e atingir o empoderamento no século XXI. O processo de despatriarcalização ocorre de maneira lenta e suas bases legais estão em declínio. As mulheres aumentaram a participação no mercado de trabalho, mas ainda sofrem com a segregação ocupacional, discriminação salarial e dupla jornada.

Fontes: Alves, J. E. D., & Cavenaghi, S. M. (2013). Indicadores de desigualdade de gênero no Brasil. Mediações-Revista de Ciências Sociais, 18(1), 83-105.
Giudice Narvaz, M & Koller, SH (2006). Famílias e patriarcado: da prescrição normativa à subversão criativa. Psicologia & Sociedade, 18: 49-55

As mulheres ainda vivenciam desigualdade de oportunidades, de tratamentos e de direitos no mundo do trabalho. A produção científica nacional sobre trabalho e gênero indica que características e traços que colocam as mulheres em situações de inferioridade com relação às suas capacidades físicas, cognitivas e, consequentemente, laborais ainda são naturalizadas. Essas características atribuída às mulheres são usadas como justificativas para as barreiras implícitas para a entrada, permanência e ascensão das mulheres no trabalho.

Fonte: Rufino, VM, Torres, TL, & Zambroni-de-Souza, PC. (2019). Gênero e trabalho na psicologia: revisão sistemática e metanálise qualitativa. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 19:588-597. https://dx.doi.org/10.17652/rpot/2019.2.15124

 A violência contra as mulheres tem caráter sexista fortemente definido; mas outras violências atingem mulheres de maneira singular. A violência racista é responsável pelo assassinato cotidiano de mulheres e, mais ainda, de homens negros; a violência urbana produzida pelas profundas desigualdades econômicas e sociais do país; a violência rural, que surge a partir das disputas territoriais e fundiárias. Mulheres jovens e negras são mais vulneráveis à violência, tanto dentro como fora de casa. A maior parte dos ataques contra mulheres são cometidos por homens, e homens conhecidos, inclusive quando a violência se dá fora da residência. A casa ainda é o espaço mais frequente da agressão de mulheres.

Fonte: Engel, C. E. A Violência contra a mulher. IPEA https://www.ipea.gov.br/retrato/pdf/190215_tema_d_a_violenca_contra_mulher.pdf

Os benefícios da igualdade para a saúde só podem ser verdadeiramente alcançados depois que as expectativas sociais de gênero forem alteradas. Legislações igualitárias não são suficientes. A desigualdade de gênero está presente na exposição e nas reações aos estressores: as mulheres experimentam mais estressores crônicos do que os homens e consideram os estressores mais ameaçadores.

Fonte: Mayor, E. (2015). Gender roles and traits in stress and health. Frontiers in psychology, 6, 779.

A equidade de gênero implica no atendimento equitativo das necessidades de homens e mulheres. Os efeitos da desigualdade de gênero nos processos de produção de saúde-adoecimento-cuidado e necessidades em saúde mental são testemunhados por psicólogas da atenção básica no atendimento a mulheres em unidades de saúde do SUS. A debate de gênero tem desafiado e transformado alguns conhecimentos já instituídos em diferentes linhas da psicologia. A problematização de gênero, bem como os espaços coletivos de reflexão e trocas para compartilhamento qualificam o trabalho de psicólogas e psicólogos.

Fonte: Franco, M. H. D. C., Fajardo, A. P., Cardoso, P. A. P., & Mello, E. D. D. (2021). Desigualdade de Gênero e Escuta Psi de Mulheres Atendidas na Atenção Básica. Psicologia: Ciência e Profissão, 41.

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ods6

 ODS 6 – Água potável e saneamento: garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.

A maioria das pessoas quer viver de uma maneira que trate os ecossistemas dos quais dependemos com cuidado e respeito, e as pessoas expressam crescente preocupação com o estado do nosso ambiente natural. No entanto, todos nós nos encontramos envolvidos em comportamentos diários insustentáveis ​​que têm impactos ambientais negativos. O comportamento humano está na base de quase todos os problemas ambientais, como poluição do ar e da água, mudanças climáticas, desmatamento e perda de biodiversidade. A pesquisa em psicologia oferece pistas sobre por que as pessoas se envolvem em comportamentos insustentáveis, apesar de sua preocupação com as consequências mais amplas. Ao mesmo tempo, a pesquisa também explica por que as pessoas se esforçam para se comportar de forma sustentável e como é possível motivar e potencializar ações sustentáveis. As atitudes, informações e expectativas dos usuários da água são fundamentais para garantir uma gestão sustentável dos recursos hídricos. Por isso, uma forma de envolver os usuários no processo de gestão dos recursos hídricos é entender a maneira como percebem e interagem com o ambiente.

Em estudos realizados no estado de Santa Catarina, a água foi o elemento natural que recebeu maior destaque na representação social do meio ambiente. O pensamento social sobre esse elemento natural está voltado para três aspectos importantes: o uso cotidiano, manutenção da saúde e da vida no planeta e a noção que de é um elemento que vem sendo degradado. O terceiro aspecto parece ter relação com os dois primeiros, pois a poluição das águas prejudica seu uso cotidiano e também coloca em risco a manutenção da saúde e da vida no planeta.

Independentemente da idade, todos percebem a água não apenas como recurso, mas como meio de vida. Os jovens atribuem os problemas ambientais ligados à água às ações das pessoas, enquanto pessoas mais velhas que atribuem ao governo e a empresas de abastecimento e ao governo. A maioria das pessoas é pessimistas quanto à disponibilidade de água no futuro e vincularam isto à ação humana.

O discurso do cuidado ambiental cada vez mais ganha espaço no pensamento social e abre caminhos para comportamentos efetivamente voltados ao cuidado com a água e com o meio ambiente de modo geral. O objetivo da psicologia do comportamento sustentável é criar as condições que tornam a ação sustentável a escolha mais atraente ou natural.

Fontes: Kuhnen, A., & Becker, S. M. da S. (2010). Psicologia e Meio Ambiente: Como jovens e adultos representam água de abastecimento. Psico, 41(2). 
Manning, C. (2009). The psychology of sustainable behavior. Minnesota Pollution Control Agency, 5-8.
Polli, G. M., & Camargo, B. V. (2015). Representações sociais do meio ambiente e da água. Psicologia: Ciência e Profissão, 35(4), 1310-1326

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ods7

ODS 7 – Energia limpa e acessível: garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos.

A energia, assim como a água, o saneamento, os transportes e as telecomunicações, é um dos vetores de infra-estrutura necessária para o desenvolvimento humano.

Agrocombustíveis via cana‑de‑açúcar, hidrelétricas, parques eólicos e energia nuclear são energias renováveis mas que geram inúmeros impactos sociais, ambientais e à saúde que podem caracterizar a injustiça ambiental, quando os efeitos nocivos recaem sobre as populações mais vulneráveis.

 A percepção de justiça e a moralidade são processos psicológicos que promovem e impedem a vulnerabilidade climática e que aumentam a equidade na concepção e implementação de soluções climáticas. Esses processos tem implicações na tomada de decisão de indivíduos, comunidades e no desenvolvimento de políticas públicas e por isso tem ganhado atenção de pesquisadores da psicologia e das ciências sociais.

Fontes: Pearson, A. R., Tsai, C. G., & Clayton, S. (2021). Ethics, morality, and the psychology of climate justice. Current Opinion in Psychology, 42, 36-42.
Porto, M. F. D. S., Finamore, R., & Ferreira, H. (2013). Injustiças da sustentabilidade: conflitos ambientais relacionados à produção de energia “limpa” no Brasil. Revista Crítica de Ciências Sociais, (100), 37-64.

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ods8

ODS 8 – Trabalho decente e crescimento econômico: promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.

O conceito de trabalho decente foi cunhado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1999 e envolve um trabalho produtivo e de qualidade, com liberdade, equidade, segurança e dignidade. Deve abranger empregos formais, informais, autônomos e domésticos com segurança e condições saudáveis no ambiente de trabalho, segurança de renda e social e possibilidade de diálogo.
O modelo da teoria da psicologia do trabalhar compreende que o trabalhar é central na vida e para saúde mental das pessoas. Trabalhar a) funciona como meio para construção de identidade e senso de coerência em suas interações sociais, b) tem um significado pessoal a depender da cultura, c) envolve esforço, atividade e energia em tarefas para o social ou econômico, e; d) é constante na vida das pessoas.
Outros modelos compartilham os mesmos objetivos da proposta da teoria da psicologia do trabalhar: no contexto internacional, a perspectiva da orientação profissional e justiça social; no contexto latino-americano, a orientação profissional crítica; e, no contexto brasileiro, a abordagem sociohistórica e a proposta intercultural.

Fontes: Pires, FM, Ribeiro, MA, & Andrade, AL (2020). Teoria da Psicologia do Trabalhar: uma perspectiva inclusiva para orientação de carreira. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 21(2), 203-214. https://dx.doi.org/10.26707/1984-7270/2020v21n207

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ods 9ODS 9 – Indústria, inovação e infraestrutura: construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.

Inovação tem sido definida como o desenvolvimento de uma prática, produto ou processo a partir de ideias novas e úteis para indivíduos, organizações, equipes ou a sociedade em geral.
Inovação e criatividade são habilidades que podem favorecer o potencial humano estimulando aspectos positivos dos indivíduos. A criatividade (geração de novas ideias) tem sido descrita como o mais importante determinante da inovação (implementação e aceitação de novas ideias).
A criatividade e habilidades inovadoras são necessárias e valorizadas como habilidades essenciais no século 21. Diferentes tipos de organizações buscam por profissionais criativos que podem inovar – ou seja, indivíduos que se destacam por seu domínio de estratégias eficientes para novos problemas e resolvê-los com sucesso.

Fontes: NAKANO, T. D. C., & WECHSLER, S. M. (2018). Criatividade e inovação: competências para o século XXI. Estudos de Psicologia (Campinas), 35(3), 237-246.
Wechsler, S. M., & Nakano, T. C. (2018). Criatividade e inovação como elementos da psicologia positiva: implicações para o contexto organizacional. In A. C. S. Vasquez & C. S. Hutz (Orgs.), Aplicações da Psicologia Positiva: trabalho e organizações. São Paulo: Hogrefe.

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ODS10ODS 10 – Redução das desigualdades: reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles.

A desigualdade é perpetrada quando sistemas de racismo estrutural levam a decisões políticas que transmitem privilégios e poder imerecidos a grupos dominantes, excluindo grupos minorizados. A saúde mental também é influenciada por experiências de violência de gênero, hiperpoliciamento e hiperencarceramento; e supressão da língua, cultura e crenças.

Membros de grupos étnicos minoritários sofrem desproporcionalmente as consequências das mudanças climáticas e problemas de saúde mental como resultado do racismo estrutural na forma de exclusão, opressão, marginalização, alienação de terras e línguas, abusos sancionados pelo Estado; remoção de crianças, perseguição com base na fé e discriminação devido à identidade sexual, sexo, idade e deficiência.

Discriminação racial, de gênero e de orientação sexual são problemas graves no Brasil e tem suas raízes no preconceito contra determinados grupos sociais. A Psicologia, enquanto ciência que estuda processos sociais, desenvolvimentais e cognitivos, tem potencial para desenvolver estudos que contribuam efetivamente para a compreensão deste fenômeno. A ciência e a profissão da psicologia podem abordar o racismo, a desigualdade e a discriminação desenvolvendo soluções viáveis em parceria com aqueles menos propensos a ter poder.

Usando resultados de pesquisas éticas, profissionais da psicologia aprimoram o conhecimento interpessoal e organizacional da sociedade sobre como prevenir condições que levam à desigualdade, defendendo políticas que promovam a igualdade ao aplicar este conhecimento.

Fontes: Costa, A. B., Peroni, R. O., Bandeira, D. R., & Nardi, H. C. (2013). Homophobia or sexism? A systematic review of prejudice against nonheterosexual orientation in Brazil. International Journal of Psychology, 48(5), 900-909.
Ferraz, I. T., & Domingues, E. (2016). A Psicologia Brasileira e os Povos Indígenas: Atualização do Estado da Arte. Psicologia Ciência e Profissão, 36(3), 682-695.
Sacco, A. M., Couto, M. C. P. de Paula, & Koller, S. H.. (2016). Revisão sistemática de estudos da psicologia brasileira sobre preconceito racial. Temas em Psicologia, 24(1), 233-250. https://dx.doi.org/10.9788/TP2016.1-16

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ods11ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

Hoje as cidades acolhem mais da metade da população mundial. Viver esta urbanidade  envolve a moradia, a mobilidade, os cuidados com a saúde em hospitais, os contatos com a natureza, o trabalho e a educação, entre tantos outros. As dimensões físicas ambientais como partes indissociáveis do significado e da identidade dados à vida na urbanidade.

O que está ao nosso redor é parte de nossa existência como pessoa. Dentre os diversos cenários com os quais as pessoas se relacionam estão os ambientes residenciais, que abrangem a área interna do local de moradia e suas adjacências (vizinhança e bairro). A casa é, por excelência, o território primário no qual o indivíduo sustenta suas necessidades básicas de abrigo, segurança psíquica e social, contexto de compartilhamento e privacidade.

Um ambiente residencial satisfatório melhora o bem estar e a qualidade de vida nas cidades. Ambientes educacionais podem ter arranjos espaciais estruturados para otimizar as interações e intermediações. Ambientes de saúde podem oferecer condições propícias para a recuperação da saúde e à manutenção do bem-estar de familiares e proissionais. A presença da natureza nos espaços de trabalho tem um forte caráter restaurativo das emoções e cognições diante do estresse laboral, além de possibilitar uma relação de respeito e cuidado ecológico com a natureza e com o local de trabalho.

A Psicologia Ambiental tem se orientado para problemas socioambientais, contribuindo para a solução de complexos problemas ambientais, na busca do bem-estar individual dentro de uma sociedade abrangente e planetária, bem como na promoção de lugares harmonizados e que proporcionem maior equilíbrio psicossocial.

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ODS12ODS 12 - Consumo e Produção Responsáveis: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.

O ODS 12 tem a função de assegurar que os meios de consumo e produção sejam feitos de forma mais sustentáveis, gerando menos poluição e, consequentemente, trazendo um estilo de vida mais saudável para todos nós.

 

 

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ODS13ODS 13 - Ação contra a mudança global do clima: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.

Psicólogas e psicólogos podem ajudar a combater a mudança climática de diversas maneiras:

·         realizar pesquisas e intervenções psicológicas no sentido de amenizar os danos à saúde mental e gerar resiliência,

·         incentivar atitudes ambientalmente sustentáveis e comportamentos para o benefício da saúde e da sociedade humana e oferecer apoio aos refugiados climáticos;

·         desenvolvendo ferramentas para gerar conscientização sobre clima, saúde e bem-estar;

·         através da formulação de programas de educação ambiental relacionados ao bem-estar humano;

·         capacitar pessoas, organizações e comunidades com competências cognitivas, sociais e emocionais para a resolução de problemas;

·         criando intervenções para estimular melhor interconectividade e coesão social dentro das comunidades;

·         produzir intervenções para a mudança de comportamento individual e organizacional ou para a transição e adaptação pessoal e social;

·         utilizar dados da ciência psicológica para apoiar a tomada de decisões climáticas e os tomadores de decisões;

·         contribuir para a elaboração e implementação de políticas públicas sobre clima, ambientes saudáveis e comunidades resilientes; incorporando fatores humanos à concepção de construções e comunidades sustentáveis;

·         colaborar para a criação e adoção de tecnologias que respeitem o meio ambiente; informando os formuladores de políticas públicas sobre avaliação de riscos e intervenções para a mudança de comportamento.

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ODS14ODS 14 - Vida na Água: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

Um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas em 2015 versa sobre "Conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”. Este ODS tem dez metas a alcançar até 2030. O progresso em direção a cada meta está sendo medido por um indicador próprio.  Os oceanos e a pesca atendem às necessidades económicas, sociais e ambientais da população global. Os oceanos são a fonte de vida do planeta e atuam como um regulador do sistema climático global. Eles são o maior ecossistema do mundo, lar de quase um milhão de espécies conhecidas. Os oceanos cobrem mais de dois terços da superfície da Terra e contêm 97% da água do planeta. São essenciais para tornar o planeta habitável. A água da chuva, a água potável e o clima são regulados pela temperatura e pelas correntes oceânicas . Mais de 3 mil milhões de pessoas dependem da vida marinha para o seu sustento. No entanto, houve um aumento de 26% na acidificação desde a revolução industrial.

De acordo com o relatório de 2020 sobre o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os esforços atuais para proteger os oceanos, os ambientes marinhos e a pesca de pequena escala não estão atendendo aos requisitos para proteger estes recursos vitais.

Fonte: Wikipédia

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ods15ODS 15 - Vida Terrestre: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.

De modo geral, esse objetivo volta-se para a proteção, recuperação e promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres.
As matas, florestas e rios de água doce representam o equilíbrio climático, biodiversidade e aspectos culturais de qualquer país e região. Por isso, preservá-los e protegê-los é de extrema necessidade. Assim, o ODS 15 é um mecanismo importante para viabilizar ações, políticas e projetos nesse sentido.

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ODS16ODS 16 - Paz, Justiça e Instituições Eficazes: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

Isto também envolve a garantia de que todas as pessoas tenham acesso à justiça e o fortalecimento das instituições. Uma cultura de paz não presume a ausência dos conflitos, e, sim, a prevenção e a resolução não violenta deles. Ela é baseada em valores como a tolerância e a solidariedade e tem o diálogo, a negociação e a mediação como pilares para resolver problemas. Não é um ponto ao qual chegamos e nos acomodamos. A cultura de paz é um processo constante e cotidiano, que demanda da humanidade esforço de promoção e de manutenção. Esse esforço de promoção e de manutenção embasa o ODS 16, que nos desperta para a impossibilidade de haver desenvolvimento sustentável sem paz.

Neste ODS, percebemos três eixos:

1. A promoção de sociedades pacíficas e inclusivas
A violência, em todas as suas formas, tem um impacto nocivo para as sociedades. E a exclusão e a discriminação não apenas violam direitos humanos, como também causam ressentimentos e animosidade, podendo dar chance ao crescimento de violências.
2. O acesso à justiça
Falta de acesso à justiça significa que conflitos permanecem sem resolução e que algumas pessoas acabam desprotegidas enquanto outras sem direito à redenção.
3. A construção de instituições eficazes
Instituições que não funcionam de acordo com a legislação ficam suscetíveis a opressões e a abusos de poder, o que resulta em menos capacidade de entregar os devidos serviços públicos para a população.

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ODSODS 17 - Parcerias e Meios de Implementação: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

A Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) em parceria com a Associação Brasileira de Psicologia Ambiental e Relações Pessoa-Ambiente (ABRAPA) e Associação Brasileira de Pesquisa em Prevenção e Promoção da Saúde (BRAPEP) para destacar ações da psicologia que contribuem para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável promoveu, em 2021, uma série de webinars denominados PSICO SUSTENTÁVEL. Conheça mais e descubra como agir proativamente e profissionalmente para um desenvolvimento sustentável, assista as gravações disponíveis no canal da SBP no youtube: youtube.com/sbpsociedadebrasileiradepsicologia

 

 

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Acesse www.pactoglobal.org.br/ods para saber mais sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável abordados na Agenda 2030!

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